A inovação no método pedagógico.
Inovação: a palavra do momento. Em educação, ela talvez nunca tenha sido tão falada como agora. Invariavelmente, o termo nos remete a questões ligadas às “novas” tecnologias, aos recursos digitais, às redes sociais, à realidade aumentada. Enfim, a toda uma panóplia de gadgets de última geração que são, sem qualquer dúvida, meios para trazer a inovação para dentro das escolas.As tecnologias alteraram radicalmente a forma de o ser humano se comunicar e se relacionar com a informação. Essas mudanças geraram alunos com motivações e formas de pensar muito diferentes. Eles partilham e mudam de informação para informação muito mais rapidamente, têm a atenção mais voltada para imagens e animações do que para textos e envolvem-se mais facilmente com desafios cujos resultados são revelados quase imediatamente. Por outro lado, esses estudantes tendem a ter mais dificuldade para analisar os pormenores de uma informação e têm um desempenho mais baixo na leitura e na escrita. Além disso, a preferência pelo acesso imediato a resultados, sejam quais forem, indica um possível comprometimento na resiliência e na capacidade de lidar com a frustração. Por isso, uma escola inovadora é parceira das crianças e jovens no uso responsável e ético da tecnologia e não deixa para segundo plano seu lado estimulante, divertido ou desafiador.
Mas, como conciliar a rapidez das informações com o desenvolvimento de um pensamento crítico e aprofundado? Como promover a interação virtual entre os alunos, sem que essa se torne uma comunicação superficial? Como balancear o tempo que os estudantes passam em frente a telas de aparelhos digitais e o tempo que deveriam passar em atividade motora e expressiva?A tecnologia não é, por si só, a inovação. Isso porque ela está também ligada a metodologias e formas de interação pedagógica que levem cada um ao máximo de seu potencial de aprendizagem e desenvolvimento. A inovação implica, sim, a formação de cidadãos autônomos, críticos, interdependentes e pró-sociais. Está relacionada à forma como a escola se organiza e como ela e o professor interagem com todos e com cada um, para que estejam presentes, para que participem no contexto educativo e para que tenham êxito no seu percurso de aprendizagem, independentemente de suas (d)eficiências, (in)capacidades ou (des)vantagens.
Daí que, ao lado das tecnologias, estejam os métodos ativos – aqueles que consideram que a aprendizagem não se processa por meio do que é apresentado ou exposto ao aluno, mas por meio daquilo que ele faz, experimenta, procura, discute, pesquisa, dialoga, mexe, explora, sente, e que resulta numa mudança em seu comportamento e/ou forma de pensar e interpretar uma realidade. Os métodos ativos envolvem as dinâmicas de grupo, os jogos cooperativos, as pesquisas, os trabalhos em grandes ou pequenos conjuntos ou pares, as múltiplas formas de representação da realidade ou a expressão do saber por meio da arte, da música, do drama, da dança, da escrita e outros. Incluem-se, nos métodos ativos, toda a forma de organizar os ambientes e as tarefas de aprendizagem que se processam por meio da ação das crianças e jovens.
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