PLANEJAMENTO DA EDUCAÇÃO INFANTIL....
As reuniões pedagógicas para elaboração do planejamento da Educação Infantil podem incluir uma reflexão sobre as crenças da creche, partilhar e ratificar com todos da equipe os princípios repensados e assumidos pela instituição. Algumas propostas para refletir que podem servir de base para pesquisas, discussões interessantes entre a equipe, avaliação dos desenvolvimentos e construção de conteúdos para elaboração do Planejamento e do Projeto Político Pedagógico.
1. A língua da criança é o brincar. Para falar com a criança na sua língua o adulto deve ser lúdico. Isto é acreditar que, para a criança TODA A ROTINA é um brincar que, a cada momento do dia vai “transformando” uma brincadeira em outra.
2. Educação Infantil se desenvolve a partir do brincar mediado pelo adulto. Isso é dizer que o brincar é para a criança; observar, acompanhar e entrar na brincadeira para ampliar e favorecer as experiências é função do educador.
3. No faz de conta a criança aprende sobre o próprio corpo, a se relacionar, a controlar suas reações e a criar.Mergulhar nas situações que o faz de conta proporciona favorece a experimentação lúdica de relações, resolução de conflitos, pesquisas e exercício de criatividade.
4. A infância possui uma cultura própria e, portanto, a criança é a criadora dessa cultura. A Educação Infantil deve considerar e valorizar esta cultura porque cada criança traz consigo uma bagagem de conhecimentos, gostos e experiências que adquiriu com sua família e sua comunidade. Essa bagagem combinada à natureza brincante da infância é a base dessa cultura infantil.
5. É fazendo que a criança aprende: aprende a se conhecer, a respeitar o outro, a valorizar o trabalho e, assim, se formar como um cidadão. A Rotina da Educação Infantil deve ser a plataforma desse aprendizado, sem minimizar as potencialidades das crianças e fornecendo situações práticas para esse aprendizado. E isso é aprender a autonomia (auto= próprio; nomia= regra), num processo construído com as oportunidades de escolhas que as crianças fazem.
6. A criança vive as situações como um todo. Na Educação Infantil não é possível separar as vivências e os aprendizados. As crianças embarcam nos momentos do dia por inteiro. Elas não percebem se estão aprendendo linguagem, noções de matemática, exercitando o corpo, limpando o ambiente, plantando ou lavando as mãos porque, no seu universo, todas as vivências são brincadeiras.
7. A Rotina deve oferecer referência, segurança e organização, sem se contrapor ao ritmo, aos movimentos e ao encanto. Pensando assim, a Rotina é uma referência, um porto seguro para as crianças sempre se encontrarem no tempo e no espaço da creche.
8. Repensar a Rotina como uma sequência de momentos lúdicos de aprendizagem, flexível, construída a partir dos interesses e pesquisas demonstradas pelas crianças. Como a própria natureza infantil, a Rotina não pode ser amarrada e rígida. A brincadeira e a imaginação caminham livremente e podem conduzir a aprendizados muito importantes – base de toda a Educação Infantil. Assim, se as crianças estiverem, por exemplo, no momento de pátio e “descobrirem” um fenômeno importante, a hora do suco, que viria em seguida, talvez pudesse acontecer no próprio pátio, valorizando assim o momento de pesquisa e aprendizado das crianças.
9. O uso de materiais de largo alcance (não estruturados) amplia as brincadeiras e instiga o faz de conta.Sucatas, elementos da natureza e objetos de uso diário (caixas de todos os tipos, canos, tocos de madeira, garrafas pet, latas, folhas, gravetos, terra, pedras, reuso de utensílios de cozinha, baldes, bacias e muitos etc.s!), ao contrário dos brinquedos estruturados, não trazem consigo um rótulo de como brincar. Assim, instigam a criatividade, ampliam as possibilidades plásticas, as experiências, a invenção e enriquecem o faz de conta (matéria prima do desenvolvimento da infância).
10. O Educador, na construção da Rotina, enriquece e aprofunda os interesses da criança, instigando e desafiando com novos materiais e situações. Ao entender a Rotina como uma referência, uma base para construir com as crianças as vivências e aprendizados, o educador pode ouvir e valorizar as propostas das crianças, preparando os espaços e os materiais para viabilizar o aprofundamento destas propostas.
MAS O MAIS IMPORTANTE DE TUDO: ESTAR SEMPRE SE ATUALIZANDO.
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