http://catitalucas.blogspot.com/2017/10/inclusao-na-educacao-infantil.html
No link acima eu falo da inclusão na educação infantil, ela existe e deve ser praticada a todo momento.
Antes de se pensar em falar em inclusão, é preciso compreender que incluir não é encaminhar o sujeito para a escola e pronto. Há a necessidade de se fazer o acompanhamento junto aos pais, professores e ao próprio indivíduo, por uma equipe multidisciplinar. Esses profissionais precisarão de dedicação, planejamento e responsabilidade, pois é difícil refazer caminhos que já estão habituados a serem trilhados automaticamente, sem esforços e sem mudanças. Na educação infantil, a inclusão veio revolucionar o sistema organizacional e as propostas curriculares vigentes. Inclusão implica em mudanças de paradigma, de conceitos e posições, que fogem a regras educacionais tradicionais. A meta da inclusão escolar no ensino infantil é transformar instituições, de modo que se tornem espaços de formação e de ensino de qualidade para todos os alunos, mesmo aqueles que:
“(...) por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens correspondentes a sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas. Genericamente chamados de portadores de necessidades especiais classificam-se em portadores de deficiência (mental, visual, auditiva, física e múltipla), portadores de condutas típicas (problemas de conduta) e portadoras de altas habilidades (superdotados) “(Brasil, MEC/SEESP, 1994, P.13)
São objetivos principais da educação especial, proporcionar ao portador de deficiência a promoção de suas capacidades, envolvendo o desenvolvimento pleno de sua personalidade, a participação ativa na vida social e no mundo do trabalho, assim como o desenvolvimento biopsicossocial, proporcionando maior autonomia as crianças de 0 a 5 anos, portadora de necessidades especiais.
A inclusão é um tema polêmico, visto por muitos como algo do futuro, impossível de ser realizado nas condições atuais de ensino. Porém algumas pessoas vêm se mobilizando a fim de mostrar aos educadores e até mesmo a sociedade, que não tem como ficar estático frente ao processo que está vigorando a cada dia. “Hoje, com a política de inclusão, a educação infantil é a porta de ingresso ao sistema educacional para boa parte das crianças, devendo o atendimento educacional especializado ser ofertado na própria creche ou pré-escola em que a criança está matriculada”, afirma Cláudia Pereira Dutra, Secretária de Educação Especial do MEC (Seesp) (Revista Criança Nov/2007, pág. 21)
Para Sassaki inclusão “é um processo de mudança do sistema social comum, para acolher toda a diversidade humana. Para a maioria das pessoas, quando se fala em inclusão, muitas vezes pensa-se no aspecto de uma pessoa que estava excluída ser "colocada dentro", para não ser marginalizada, discriminada.” A inclusão prioriza a valorização da dimensão humana, da criança cidadã com seus direitos fundamentais e deveres garantidos desde seus primeiros anos de vida. O paradigma anterior propunha uma visão assistencialista, de educação compensatória, surge então para romper esse pensamento à visão integral do desenvolvimento na qual a criança é considerada como pessoa autônoma, inserida num determinado contexto sócio-histórico-cultural.
Surge então em 1990 o movimento em prol da sociedade inclusiva, iniciado nas Nações Unidas, mediante resolução desse organismo em defesa de uma sociedade para todos, configurando assim a normativa universal que fundamenta a implantação da inclusão.
Essa abrangência foi definida em 1994, no conhecido Encontro de Salamanca (Espanha), resultando no documento que marcou época. A Declaração de Salamanca veio reafirmar o direito à educação de todos os indivíduos, tal como está inscrito na Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, e relembrando as diversas declarações das Nações Unidas que culminaram, em 1993, nas Normas das Nações Unidas sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas com Deficiência, as quais exortam os Estados a assegurar que a educação das pessoas com deficiência faça parte integrante do sistema educativo.
Esse documento encontra apoio legal na Constituição da República Federativa do Brasil /1988, inciso IV do artigo 208, no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, e principalmente na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) lei nº 9394 de 20/12/1996, artigos, 29, 58 e 62. Do ponto de vista da política educacional os presentes delineamentos têm seu fundamento no Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003), e como ação pedagógica, encontram respaldo no Plano Nacional de Educação, Lei 10.172 de 09/01/2001, nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, publicada em 11/09/2001 e nas estratégias e conteúdos programáticos contidos no Referencial Curricular da Educação Infantil (1998).
O trabalho pedagógico deve respeitar o ritmo da criança e propiciar-lhe estimulação adequada para o desenvolvimento de suas habilidades, levando em consideração suas necessidades.
Frequentar a escola de ensino infantil permitirá a criança especial adquirir, progressivamente, conhecimentos cada vez mais complexos, que serão exigidos da sociedade e cujas bases são indispensáveis para a formação de qualquer indivíduo.
O ensino das crianças especiais deve ocorrer de forma sistemática e organizada, segundo passos previamente estabelecidos, o ensino não deve ser teórico e sim ocorrer de forma agradável e que desperte interesse na criança. Sua avaliação deve ser formativa, para manter todos informados sobre a aprendizagem adquirida, bem como identificar dificuldades e auxiliar as crianças a superá-las. Normalmente o lúdico atrai muito a criança na primeira infância, e é um recurso que permite o desenvolvimento global da criança através da estimulação de diferentes áreas.
Não se pode esquecer que é preciso respeitar o ritmo de aprendizagem, que será mais lento. Inteligência, memória e capacidade de aprender podem ser desenvolvidas com estímulos adequados.
“O fato de a criança não ter desenvolvido uma habilidade ou demonstrar conduta imatura em determinada idade, comparativamente a outras com idêntica condição genética, não significa impedimento para adquiri-la mais tarde, pois é possível que madure lentamente”. (SCHWARTZMAN, 1999 pág.246)
Inicialmente a criança adquire uma gama de conhecimentos livres e estes lhe proporcionarão condições de desenvolver conhecimentos mais complexos, como o caso das regras. É importante antes de a criança adquirir qualquer conhecimento, descobrir seu corpo e construir uma imagem corporal, uma representação mental perceptiva e sensorial de si mesma. O resgate do corpo, o conceito de vida associado a movimento é a retomada da criança como agente ativo na construção de sua própria história.
A criança tem que ser vista de forma global e educá-la não é apenas trabalhar a mente e sim o todo, abrangendo todos os aspectos inclusive a necessidade de interagir com o meio tendo contato direto com o universo de objetos e situações que o cercam, podendo assim, efetivar suas construções sobre a realidade.
Todas as atividades proporcionadas à criança devem ter por objetivo a aprendizagem ativa que possibilite a criança desenvolver suas habilidades.
A ação do professor, tanto nos que se refere ao seu planejamento como a sua atuação efetiva na vivência de sala de aula, é determinada pelo seu jeito de pensar a vida, pela sua visão de mundo, pela leitura que faz da sociedade, da educação, do ensino, do seu papel de trabalho, de si mesmo enquanto cidadão, de seu compromisso com o aluno, da relação professor/aluno. Todas essas ideias, essas concepções, constituem uma verdadeira teoria pessoal, subjetiva, particular, resultado da história de vida de cada um.
O professor é uma figura indispensável no planejamento, implantação e implementação dos programas de atendimento especializado e na inclusão das crianças na Educação Infantil.
Este profissional deve valorizar as reações afetivas de seus alunos e estar atento ao seu comportamento global, para solicitar recursos mais sofisticados como a revisão médica, psicológica, e até mesmo o encaminhamento para uma avaliação com assistentes sociais, neurologistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, enfim, com profissionais especializados para se chegar à hipótese diagnostica através do estudo de caso.
Atualmente o professor tem a seu lado a Neuropedagogia que com base nas Neurociências busca através do estudo do cérebro e de como ele aprende, possibilitar intervenções nas competências cognitivas, orgânicas, emocionais e sócio-interativas da pessoa, buscando uma atuação que dê significado à aprendizagem.
Segundo RIESGO (2006) a Neuropedagogia é a interface entre saúde e educação, na qual o assunto é o aprendizado normal e seus principais problemas. Na educação agem os educadores, orientadores educacionais, psicopedagogos e os pedagogos. Na saúde há mais profissionais, os pediatras, neurologistas, psicólogos, musicoterapeutas, neuropediatras, psiquiatras, entre outros.
Cabe ainda ao professor buscar formas da criança manifestar o que pode aprender e não se preocupar com as rotulações, organizar práticas educativas que valorize a cooperação, utilizar as experiências de vida do próprio aluno como fator motivador de aprendizagem, ser flexível nos métodos de avaliação e, sobretudo contribuir para a construção de uma escola infantil de qualidade para todos.
O respeito mútuo fundamenta as relações entre professor e aluno, em consequência disso as crianças com NEE se sentem a vontade, pois estão seguros de que não correm riscos de serem taxadas de ignorantes, incapazes e ingênuas.
“A inclusão é uma visão, uma estrada a ser viajada, mas uma estrada sem fim, com todos os tipos de barreiras e obstáculos, alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos corações.” (PETER MITTLER)
A família deve ser orientada e motivada a colaborar e participar do programa educacional, promovendo desta forma uma interação com a criança portadora de necessidades especiais. Também é fundamental que a família incentive a pratica de tudo que a criança assimila.
“A qualidade da estimulação no lar e a interação dos pais com a criança se associam ao desenvolvimento e aprendizagem de crianças com deficiência” (CRAWLEY, SPIKER 1983)
Assim é fundamental o aconselhamento a família que deve considerar sobretudo a natureza da informação e a maneira como a pessoa é informada, com o propósito de orientá-la quanto à natureza intelectual, emocional e comportamental.
Os pais e familiares da criança NEE, precisam se informar sobre a natureza e extensão da deficiência, quanto aos recursos e serviços existentes para a assistência, tratamento e educação, e quanto ao futuro que o aguarda.
Os orientadores devem se preocupar com os temores e ansiedades, sentimentos de culpa e vergonha dos familiares. Devem reduzir a vulnerabilidade emocional e as tensões sofridas, aumentando a capacidade de tolerância.
O objetivo principal é ajudar a lidar mais adequada com os problemas decorrentes das deficientes e no aconselhamento de alguns pontos importantes: ouvir as dúvidas e questionamentos, utilizar termos mais fáceis e que facilitem a compreensão, promover maior aceitação do problema, aconselhar a família inteira, trabalhar os sentimentos e atitudes e facilitar a interação social do portador de necessidades especiais.
A superproteção dos pais em relação à criança pode influenciar de forma negativa no processo de desenvolvimento da criança e normalmente, estes concentram suas atenções nas deficiências da criança de modo que os fracassos recebam mais atenção que os sucessos, e a criança fica limitada nas possibilidades que promovam a sua independência e interação social.
“As habilidades de autonomia pessoal e social proporcionam melhor qualidade de vida, pois favorecem a relação, independência, interação, satisfação pessoal e atitudes positivas. “(BROWN, 1989)
Para termos uma escola inclusiva é necessário fazer adaptações físicas, e o mais importante ter uma equipe de profissionais capacitados para apoiar os professores, pais, revertendo o modo de pensar, planejar, atender a todas as diversidades.
BRASIL. Ministério da Educação. Adaptações Curriculares em Ação: Declaração de Salamanca: Recomendações para a construção de uma escola inclusiva/ Secretaria de Educação Especial. _ Brasília: MEC/SEEP, 2002
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 168 p. (Série Legislação Brasileira).
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, v.134, n.248, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27834-27841.
GAIO, Roberta; MENEGHETI, Rosa G. Krob (orgs). Caminhos Pedagógicos da Educação Especial. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
JANNUZZI, G. R. de. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2006.
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Caminhos pedagógicos da inclusão. São Paulo: Memnon, 2001.
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? Editora moderna 2006
ROTTA, Newra Tellechea. OHLWEILER, Lygia. RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
SASSAKI, Romeu. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 7. Ed. Rio de Janeiro: WVA, 2007
VAYER, Pierre; RONCIN, Charles. Integração da criança deficiente na classe. São Paulo: Manole, 1989.
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/revista44.pdf
Ivanilde Monari Toledo
No link acima eu falo da inclusão na educação infantil, ela existe e deve ser praticada a todo momento.
Antes de se pensar em falar em inclusão, é preciso compreender que incluir não é encaminhar o sujeito para a escola e pronto. Há a necessidade de se fazer o acompanhamento junto aos pais, professores e ao próprio indivíduo, por uma equipe multidisciplinar. Esses profissionais precisarão de dedicação, planejamento e responsabilidade, pois é difícil refazer caminhos que já estão habituados a serem trilhados automaticamente, sem esforços e sem mudanças. Na educação infantil, a inclusão veio revolucionar o sistema organizacional e as propostas curriculares vigentes. Inclusão implica em mudanças de paradigma, de conceitos e posições, que fogem a regras educacionais tradicionais. A meta da inclusão escolar no ensino infantil é transformar instituições, de modo que se tornem espaços de formação e de ensino de qualidade para todos os alunos, mesmo aqueles que:
“(...) por apresentar necessidades próprias e diferentes dos demais alunos no domínio das aprendizagens correspondentes a sua idade, requer recursos pedagógicos e metodologias educacionais específicas. Genericamente chamados de portadores de necessidades especiais classificam-se em portadores de deficiência (mental, visual, auditiva, física e múltipla), portadores de condutas típicas (problemas de conduta) e portadoras de altas habilidades (superdotados) “(Brasil, MEC/SEESP, 1994, P.13)
São objetivos principais da educação especial, proporcionar ao portador de deficiência a promoção de suas capacidades, envolvendo o desenvolvimento pleno de sua personalidade, a participação ativa na vida social e no mundo do trabalho, assim como o desenvolvimento biopsicossocial, proporcionando maior autonomia as crianças de 0 a 5 anos, portadora de necessidades especiais.
A inclusão é um tema polêmico, visto por muitos como algo do futuro, impossível de ser realizado nas condições atuais de ensino. Porém algumas pessoas vêm se mobilizando a fim de mostrar aos educadores e até mesmo a sociedade, que não tem como ficar estático frente ao processo que está vigorando a cada dia. “Hoje, com a política de inclusão, a educação infantil é a porta de ingresso ao sistema educacional para boa parte das crianças, devendo o atendimento educacional especializado ser ofertado na própria creche ou pré-escola em que a criança está matriculada”, afirma Cláudia Pereira Dutra, Secretária de Educação Especial do MEC (Seesp) (Revista Criança Nov/2007, pág. 21)
Para Sassaki inclusão “é um processo de mudança do sistema social comum, para acolher toda a diversidade humana. Para a maioria das pessoas, quando se fala em inclusão, muitas vezes pensa-se no aspecto de uma pessoa que estava excluída ser "colocada dentro", para não ser marginalizada, discriminada.” A inclusão prioriza a valorização da dimensão humana, da criança cidadã com seus direitos fundamentais e deveres garantidos desde seus primeiros anos de vida. O paradigma anterior propunha uma visão assistencialista, de educação compensatória, surge então para romper esse pensamento à visão integral do desenvolvimento na qual a criança é considerada como pessoa autônoma, inserida num determinado contexto sócio-histórico-cultural.
Surge então em 1990 o movimento em prol da sociedade inclusiva, iniciado nas Nações Unidas, mediante resolução desse organismo em defesa de uma sociedade para todos, configurando assim a normativa universal que fundamenta a implantação da inclusão.
Essa abrangência foi definida em 1994, no conhecido Encontro de Salamanca (Espanha), resultando no documento que marcou época. A Declaração de Salamanca veio reafirmar o direito à educação de todos os indivíduos, tal como está inscrito na Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948, e relembrando as diversas declarações das Nações Unidas que culminaram, em 1993, nas Normas das Nações Unidas sobre a Igualdade de Oportunidades para as Pessoas com Deficiência, as quais exortam os Estados a assegurar que a educação das pessoas com deficiência faça parte integrante do sistema educativo.
Esse documento encontra apoio legal na Constituição da República Federativa do Brasil /1988, inciso IV do artigo 208, no Estatuto da Criança e do Adolescente de 1990, e principalmente na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) lei nº 9394 de 20/12/1996, artigos, 29, 58 e 62. Do ponto de vista da política educacional os presentes delineamentos têm seu fundamento no Plano Decenal de Educação para Todos (1993-2003), e como ação pedagógica, encontram respaldo no Plano Nacional de Educação, Lei 10.172 de 09/01/2001, nas Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, publicada em 11/09/2001 e nas estratégias e conteúdos programáticos contidos no Referencial Curricular da Educação Infantil (1998).
O trabalho pedagógico deve respeitar o ritmo da criança e propiciar-lhe estimulação adequada para o desenvolvimento de suas habilidades, levando em consideração suas necessidades.
Frequentar a escola de ensino infantil permitirá a criança especial adquirir, progressivamente, conhecimentos cada vez mais complexos, que serão exigidos da sociedade e cujas bases são indispensáveis para a formação de qualquer indivíduo.
O ensino das crianças especiais deve ocorrer de forma sistemática e organizada, segundo passos previamente estabelecidos, o ensino não deve ser teórico e sim ocorrer de forma agradável e que desperte interesse na criança. Sua avaliação deve ser formativa, para manter todos informados sobre a aprendizagem adquirida, bem como identificar dificuldades e auxiliar as crianças a superá-las. Normalmente o lúdico atrai muito a criança na primeira infância, e é um recurso que permite o desenvolvimento global da criança através da estimulação de diferentes áreas.
Não se pode esquecer que é preciso respeitar o ritmo de aprendizagem, que será mais lento. Inteligência, memória e capacidade de aprender podem ser desenvolvidas com estímulos adequados.
“O fato de a criança não ter desenvolvido uma habilidade ou demonstrar conduta imatura em determinada idade, comparativamente a outras com idêntica condição genética, não significa impedimento para adquiri-la mais tarde, pois é possível que madure lentamente”. (SCHWARTZMAN, 1999 pág.246)
Inicialmente a criança adquire uma gama de conhecimentos livres e estes lhe proporcionarão condições de desenvolver conhecimentos mais complexos, como o caso das regras. É importante antes de a criança adquirir qualquer conhecimento, descobrir seu corpo e construir uma imagem corporal, uma representação mental perceptiva e sensorial de si mesma. O resgate do corpo, o conceito de vida associado a movimento é a retomada da criança como agente ativo na construção de sua própria história.
A criança tem que ser vista de forma global e educá-la não é apenas trabalhar a mente e sim o todo, abrangendo todos os aspectos inclusive a necessidade de interagir com o meio tendo contato direto com o universo de objetos e situações que o cercam, podendo assim, efetivar suas construções sobre a realidade.
Todas as atividades proporcionadas à criança devem ter por objetivo a aprendizagem ativa que possibilite a criança desenvolver suas habilidades.
A ação do professor, tanto nos que se refere ao seu planejamento como a sua atuação efetiva na vivência de sala de aula, é determinada pelo seu jeito de pensar a vida, pela sua visão de mundo, pela leitura que faz da sociedade, da educação, do ensino, do seu papel de trabalho, de si mesmo enquanto cidadão, de seu compromisso com o aluno, da relação professor/aluno. Todas essas ideias, essas concepções, constituem uma verdadeira teoria pessoal, subjetiva, particular, resultado da história de vida de cada um.
O professor é uma figura indispensável no planejamento, implantação e implementação dos programas de atendimento especializado e na inclusão das crianças na Educação Infantil.
Este profissional deve valorizar as reações afetivas de seus alunos e estar atento ao seu comportamento global, para solicitar recursos mais sofisticados como a revisão médica, psicológica, e até mesmo o encaminhamento para uma avaliação com assistentes sociais, neurologistas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais, psicólogos, enfim, com profissionais especializados para se chegar à hipótese diagnostica através do estudo de caso.
Atualmente o professor tem a seu lado a Neuropedagogia que com base nas Neurociências busca através do estudo do cérebro e de como ele aprende, possibilitar intervenções nas competências cognitivas, orgânicas, emocionais e sócio-interativas da pessoa, buscando uma atuação que dê significado à aprendizagem.
Segundo RIESGO (2006) a Neuropedagogia é a interface entre saúde e educação, na qual o assunto é o aprendizado normal e seus principais problemas. Na educação agem os educadores, orientadores educacionais, psicopedagogos e os pedagogos. Na saúde há mais profissionais, os pediatras, neurologistas, psicólogos, musicoterapeutas, neuropediatras, psiquiatras, entre outros.
Cabe ainda ao professor buscar formas da criança manifestar o que pode aprender e não se preocupar com as rotulações, organizar práticas educativas que valorize a cooperação, utilizar as experiências de vida do próprio aluno como fator motivador de aprendizagem, ser flexível nos métodos de avaliação e, sobretudo contribuir para a construção de uma escola infantil de qualidade para todos.
O respeito mútuo fundamenta as relações entre professor e aluno, em consequência disso as crianças com NEE se sentem a vontade, pois estão seguros de que não correm riscos de serem taxadas de ignorantes, incapazes e ingênuas.
“A inclusão é uma visão, uma estrada a ser viajada, mas uma estrada sem fim, com todos os tipos de barreiras e obstáculos, alguns dos quais estão em nossas mentes e em nossos corações.” (PETER MITTLER)
A família deve ser orientada e motivada a colaborar e participar do programa educacional, promovendo desta forma uma interação com a criança portadora de necessidades especiais. Também é fundamental que a família incentive a pratica de tudo que a criança assimila.
“A qualidade da estimulação no lar e a interação dos pais com a criança se associam ao desenvolvimento e aprendizagem de crianças com deficiência” (CRAWLEY, SPIKER 1983)
Assim é fundamental o aconselhamento a família que deve considerar sobretudo a natureza da informação e a maneira como a pessoa é informada, com o propósito de orientá-la quanto à natureza intelectual, emocional e comportamental.
Os pais e familiares da criança NEE, precisam se informar sobre a natureza e extensão da deficiência, quanto aos recursos e serviços existentes para a assistência, tratamento e educação, e quanto ao futuro que o aguarda.
Os orientadores devem se preocupar com os temores e ansiedades, sentimentos de culpa e vergonha dos familiares. Devem reduzir a vulnerabilidade emocional e as tensões sofridas, aumentando a capacidade de tolerância.
O objetivo principal é ajudar a lidar mais adequada com os problemas decorrentes das deficientes e no aconselhamento de alguns pontos importantes: ouvir as dúvidas e questionamentos, utilizar termos mais fáceis e que facilitem a compreensão, promover maior aceitação do problema, aconselhar a família inteira, trabalhar os sentimentos e atitudes e facilitar a interação social do portador de necessidades especiais.
A superproteção dos pais em relação à criança pode influenciar de forma negativa no processo de desenvolvimento da criança e normalmente, estes concentram suas atenções nas deficiências da criança de modo que os fracassos recebam mais atenção que os sucessos, e a criança fica limitada nas possibilidades que promovam a sua independência e interação social.
“As habilidades de autonomia pessoal e social proporcionam melhor qualidade de vida, pois favorecem a relação, independência, interação, satisfação pessoal e atitudes positivas. “(BROWN, 1989)
Para termos uma escola inclusiva é necessário fazer adaptações físicas, e o mais importante ter uma equipe de profissionais capacitados para apoiar os professores, pais, revertendo o modo de pensar, planejar, atender a todas as diversidades.
Referências
BRASIL. Ministério da Educação. Adaptações Curriculares em Ação: Declaração de Salamanca: Recomendações para a construção de uma escola inclusiva/ Secretaria de Educação Especial. _ Brasília: MEC/SEEP, 2002
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada em 5 de outubro de 1988. Organização do texto: Juarez de Oliveira. 4. ed. São Paulo: Saraiva, 1990. 168 p. (Série Legislação Brasileira).
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, v.134, n.248, 23 dez. 1996. Seção 1, p. 27834-27841.
GAIO, Roberta; MENEGHETI, Rosa G. Krob (orgs). Caminhos Pedagógicos da Educação Especial. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
JANNUZZI, G. R. de. A educação do deficiente no Brasil: dos primórdios ao início do século XXI. 2. ed. Campinas: Autores Associados, 2006.
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Caminhos pedagógicos da inclusão. São Paulo: Memnon, 2001.
MANTOAN, Maria Teresa Egler. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? Editora moderna 2006
ROTTA, Newra Tellechea. OHLWEILER, Lygia. RIESGO, Rudimar dos Santos. Transtornos da Aprendizagem – Abordagem Neurobiológica e Multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006.
SASSAKI, Romeu. Inclusão: construindo uma sociedade para todos. 7. Ed. Rio de Janeiro: WVA, 2007
VAYER, Pierre; RONCIN, Charles. Integração da criança deficiente na classe. São Paulo: Manole, 1989.
portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/Educinf/revista44.pdf
Ivanilde Monari Toledo
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